Brasileira destaque na Forbes transforma ondas gravitacionais em música e cria 'sinfonia do universo' usando a ciência; OUÇA

  • 07/12/2025
(Foto: Reprodução)
Ana Schurmann toca a sinfonia do universo Se o universo fosse uma música, como ela seria? A cantora, modelo e compositora clássica Ana Schurmann, de Florianópolis, buscou essa resposta ao lado de pesquisadores que se dedicam ao estudo das ondas gravitacionais. Juntos, eles criaram o que chamam de "primeira sinfonia do universo". A partir de uma análise profunda, o grupo transformou sinais de ondas gravitacionais detectados por observatórios especializados em uma composição para ser tocada no piano. A música The Harmonic Universe (Chirp Symphony), com Ana nas teclas, foi lançada em 11 de novembro (ouça trecho acima). ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Os físicos Cássius de Melo, professor da Universidade Federal de Alfenas, e Regiley Pimenta, doutorando do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), contam que encontraram no desafio uma forma de divulgação científica. ➡️ Eles integram a LIGO/Virgo/KAGRA, colaboração internacional que reúne pesquisadores empenhados em detectar ondas a partir de instrumentos extremamente sensíveis, capazes de captar pequenas vibrações no espaço causadas por eventos cósmicos. Ana Schurmann, de Florianópolis, buscou entender como seria uma "sinfonia do universo" Arquivo pessoal Brasileira destaque na Forbes O currículo de Ana Schurmann também é cheio de destaques. Trabalhou como modelo para grifes como Dior e Calvin Klein e, em 2021, atingiu a primeira posição no pódio dos lançamentos mais ouvidos na Itália com Whitkeys. Em 2023, foi incluída na lista Under 30 da Forbes, que reconhece os jovens mais promissores do Brasil. "De onde que uma artista manezinha [nascida em Florianópolis] que toca música e faz composição pop iria falar com a LIGO/Virgo e com cientistas do ITA? Físicos, PhDs... Quando isso aconteceria na vida? Então, é também uma união comercial de algo que é diferente. São mundos que não normalmente não se falam muito", comenta. Regiley Pimenta, Ana Schurmann e Cássius de Melo trabalharam juntos para criar a 'primeira sinfonia do universo' Videochamada/Reprodução Processo O projeto partiu da própria Ana. Inquieta e uma curiosa autodidata incorrigível, ela começou a estudar por conta própria espectrogramas, que são representações visuais do som (ou de qualquer sinal) ao longo do tempo. Daí surgiu a dúvida: como transformar os dados das ondas gravitacionais em música? 🔎 Uma onda gravitacional é uma ondulação invisível e incrivelmente rápida no espaço. Segundo Cássius de Melo, "é uma vibração tão minúscula que é menor do que um próton. Então, a gente está falando de detectar uma coisa que é subatômica. Muito difícil, muito sensível". A transposição, segundo o professor, foi possível porque ondas gravitacionais têm características semelhantes às da música: possuem frequência, tempo e propagação por um meio. ➡️ Os pesquisadores analisaram ondulações a partir de um banco de dados de acesso aberto da LIGO/Virgo/KAGRA, rede internacional e avançada de detectores de ondas gravitacionais. Eles separaram as observações em períodos: 12 de setembro de 2015 a 19 de janeiro de 2016 30 de novembro de 2016 a 25 de agosto de 2017 1º de abril de 2019 a 1º de outubro de 2019 ➡️ O passo a passo foi o seguinte: As ondas gravitacionais foram captadas; Elas chegaram nos observatórios como uma tabela de strain-tempo (strain é a amplitude que a onda chega); As tabelas foram transformadas em espectrogramas; Os pesquisadores pegaram o redshift (pico de frequência) dos eventos e os sonificam; O redshift determinou a ordem cronológica dos acontecimentos; A partir das três observações, foi verificado quais eram os eventos mais harmônicos, em ordem cronológica, e quais eventos dentro do campo harmônico eram os mais importantes. Gráfico durante as análise para a 'sinfonia do universo' Arquivo pessoal Inovação Ao g1, Cássius explicou que outros estudos já haviam transformado ondas gravitacionais em som, mas de forma literal — convertendo as frequências observadas diretamente em frequências sonoras idênticas, o que resultava em ruídos pouco agradáveis ao ouvido humano. "A gente bolou uma maneira de traduzir as frequências das ondas gravitacionais para acordes e complementar esses acordes usando a teoria do campo harmônico, para poder deixar o som mais cheio. Também utilizamos a informação que a gente tinha sobre a localização dessas ondas gravitacionais no céu, de quão longe elas vinham, para informar quando aquele acorde deveria entrar na música", contextualizou. No final, após compor essas informações com auxílio de um algoritmo, coube a Ana ler a partitura e, com o toque de artista, tocar a música pela primeira vez. Com quase 500 composições no mundo, que transitam entre o comercial e o clássico, Ana diz que esse foi o trabalho mais profundo e desafiador dela. "Eu estava tão empolgada que eu acabei ficando com medo", admite. "Pensei: 'o que é que eu vou tocar?' Quando eu comecei a escutar, eu me senti tão diferente, porque eu comecei a pensar assim: 'eu nunca esperaria que essa nota iria com essa'. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi: 'essa nota e essa, sério? Isso é o universo em eventos?'" Agora ela planeja lançar um álbum inteiramente baseado nas pesquisas científicas que vem desenvolvendo, com sons que dialogam com a natureza, a dança e o universo. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/12/07/brasileira-destaque-forbes-ondas-gravitacionais-musica-sinfonia-universo.ghtml


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